Um evento que está se aproximando merece toda atenção. Há um racional difícil de contestar. O que se sucede?

O nível da curva de juros na economia brasileira, historicamente baixo, e relativamente estável há algum tempo, continua atuando como fator transformacional na alocação de investimentos entre classes de ativos por parte de todos os tipos de investidor. Desta forma, cresce a participação relativa de crédito privado como opção de investimento. Mesmo com uma demanda por recursos, por parte de empresas, que ainda não decolou, em função da velocidade lenta dos trâmites congressuais e do noticiário político barulhento neste primeiro semestre de nova administração de governo, os preços e os montantes emitidos e adquiridos no mercado de crédito privado vêm refletindo tal transformação.

De fato, aos poucos, tal qual já ocorre em mercados mais desenvolvidos, gestoras de investimento serão capazes, em forma virtualmente direta, de adquirirem financiamentos, indo além do universo de valores mobiliários produzidos pelo mercado de capitais. Nos Estados Unidos, atualmente, as gestoras já deixaram para trás os bancos em termos consolidados de posição credora de financiamentos em carteira.

Na parte mais elaborada do mercado de capitais no nosso país, representada pelos segmentos de fundos de investimento e títulos de crédito componentes do universo de finanças estruturadas, os quais têm em carteiras de direitos creditórios a sua matéria prima, é inevitável a chegada desta onda transformadora, mesmo que não instantaneamente. As operações estruturadas, através, por exemplo, da tecnologia de securitização, permitem maior flexibilidade e customização no atendimento de demanda de captadores e na captura de oferta de investidores. E através delas se dá a ampliação de possibilidades dos binômios montante captado - custo de captação e retorno esperado – risco assumido, incrementando, por conta do segundo binômio, a sua atratividade para uma estratégia bem montada de alocação entre diversas classes de ativos.  

Em paralelo, faz-se notar o uso crescente de tecnologia digital em funções de inteligência de mercado, prospecção, análise, seleção, originação, estruturação, emissão, distribuição, registro, aquisição e verificação de lastro, processamento de dados, monitoramento, gestão, conciliação, controladoria, cobrança, administração, deliberação colegiada, pagamentos, entre outros. Tais funções, sendo transformadas pela tecnologia, em maior ou menor escala estão presentes nas operações de finanças estruturadas. Desta forma, ocorre progressivamente ganhos de eficiência, com impacto no custo e na rentabilidade destas operações, e na capacitação demandada de seus prestadores de serviços, além do poder competitivo destas operações na intermediação financeira entre captadores e investidores. A este cenário cada vez mais digitalizado se soma ainda o contexto operacional de alta intensidade tecnológica associado ao uso dos produtos que dão origem aos fluxos financeiros que se tornam lastros de operações de finanças estruturadas, como é o caso, por exemplo, dos meios de pagamentos, e as interações exteriores às estruturas de finanças estruturadas, como são os casos, por exemplo, das transações de registro e de compensação digitais junto a Infraestruturas de Mercado.

Variados tipos de crédito, de direitos creditórios, de instrumentos jurídicos e de lastros; múltiplos segmentos econômicos; empresas de todo porte; diferentes prazos, retornos esperados, riscos e estruturas; investidores institucionais, estrangeiros e pessoas físicas; tecnologia; intermediação financeira e eficiência; dados consolidados e individuais; operações inéditas e operações emblemáticas; evolução e desafios dos marcos jurídico-regulamentares; tendências, análise e dependência em relação às variáveis macro; eis aí um prato a ser bem degustado em dois dias de congresso pela fina flor de profissionais do mercado de finanças estruturadas.

A hora é agora. Não adianta a prática de alguns de se postergar, e aguardar, porque no Brasil sempre parece que não será no próximo instante que as coisas vão acontecer. Desenvolvimento e progresso não são variáveis temporalmente controláveis de forma linear. Quando se vê, houve um salto, e quem não se mexeu ficou para trás. Para quem interage, vivencia e aposta no papel das Finanças Estruturadas a reunião de um grupo tão dedicado e determinante do futuro deste segmento se configura oportunidade excepcional para envolvimento e participação. Nos próximos dias 26 e 27 de junho esta oportunidade é uma realidade. O 3° Congresso Uqbar de Finanças Estruturadas será um evento referência em 2019. A economia brasileira passa estruturalmente por um período em que seu mercado de capitais, e aquilo que este tem de mais desenvolvido, estão condenados a se expandir. Confira aqui: http://congresso.uqbar.com.br/

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