Ao fim dos primeiros nove meses de 2016, o mercado de Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC) apresentou captação líquida acumulada no ano negativa de R$ 8,20 bilhões¹, ocasionando a queda no Patrimônio Líquido (PL) da indústria. A captação líquida resulta da diferença entre os montantes realizados, até setembro, de emissões e de amortizações² de cotas. Por sua vez, considerando apenas o segmento de FIDC Não Padronizados (FIDC NP), a análise dos números mostra uma captação líquida positiva de R$ 870,0 milhões e um crescimento de PL em proporção ainda maior, explicado pela valorização média das cotas dos fundos.

Em toda a indústria foram emitidos R$ 17,64 bilhões em cotas de FIDC nos nove primeiros meses de 2016, enquanto foram amortizados R$ 25,84 bilhões. Em termos de PL, a retração no período foi de 5,2%, passando de R$ 58,89 bilhões, em dezembro de 2015, para R$ 55,86 bilhões, ao fim de setembro. Em um cálculo simplificado, assumindo um comportamento das variáveis envolvidas igualmente distribuído ao longo do ano, baseado nos valores de captação líquida e de variação de PL da indústria, infere-se uma valorização média das cotas de FIDC em 2016 da ordem de 8,8%, ou 84% da Taxa DI Over acumulada no mesmo período (10,5%).

Como ilustra a Figura 1, em apenas dois dos últimos sete trimestres a indústria de FIDC apresentou captação líquida positiva. Desta forma, o mercado de FIDC acumula captação líquida negativa tanto em 2015 quanto em 2016.

Figura 1 – Evolução trimestral da captação líquida do mercado de FIDC em 2015 e 2016 (em R$ bilhões)

Considerando apenas o segmento dos FIDC NP, as emissões totalizaram R$ 7,36 bilhões e as amortizações R$ 6,50 bilhões. Já o PL saltou de R$ 19,40 bilhões para R$ 23,40 bilhões, entre dezembro do ano passado e setembro deste ano. Combinando esta captação líquida positiva de R$ 870,0 milhões com a forte variação positiva no PL de 20,6%, pode-se depreender uma valorização média das cotas dos FIDC NP da ordem de 16,1%, ou 153,5% da Taxa DI Over acumulada no período. 

Já o segmento dos demais fundos, que nomearemos aqui de FIDC “Padronizados”, totalizou R$ 10,30 bilhões em emissões e R$ 19,35 bilhões em amortizações. O PL para este grupo de fundos entre dezembro de 2015 e setembro de 2016 caiu de R$ 39,48 bilhões para R$ 32,45 bilhões. Deste modo, a este grupo de fundos infere-se uma valorização média das cotas de 5,2%, ou 49,7% da Taxa DI Over.

Para o conjunto dos FIDC NP, o indicador de captação ficou no campo positivo em dois trimestres deste ano, enquanto que para os FIDC “Padronizados” o indicador foi negativo em todos os trimestres. A Figura 2 apresenta a evolução da captação líquida de cada segmento ao longo de 2015 e 2016.

Figura 2 – Evolução trimestral da captação líquida por segmento em 2015 e 2016 (em R$ bilhões)

¹ Com o intuito de não distorcer a análise o FIDC Sistema Petrobras NP não é contabilizado, pois seu tamanho é desproporcional quando comparado com outros fundos da indústria

² Todos os números de amortização incluem também os números de resgate.

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